É espantoso principalmente aqui na Europa, encontrar tanta
resistência no diálogo entre estes dois aspectos da expressão do
desenvolvimento humano, a espiritualidade e a psicologia.
Carl Jung foi excepcional neste casamento, pois como um grande
investigador médico, filósofo, pesquisador, psicólogo e
alquimista, conseguiu ver com clareza e liberdade toda a
multidimensionalidade do desenvolvimento da consciência ou
como ele coloca – individuação.
Somos seres multidimensionais, somos ego, inconsciente, alma,
sombra, persona, anima, animus, self, projeções, personagens,
arquétipos…
Aceitar com liberdade interior a multidimensionalidade deveria
ser uma premissa pelo menos para os terapeutas, pois o objeto
da tarefa do terapeuta também é criar condições ideais para que
o sujeito possa, com liberdade, se defrontar com tudo o que lhe
provoca dor, desarmonia, dúvida, contradições; enfim forças que
estando contra a natureza do sujeito geram fatos dolorosos em
sua existência; e são inúmeras as pessoas que sofrem muito
diante de “problemas espirituais”.
Assim como a sexualidade faz parte da natureza humana, a
espiritualidade também faz parte da natureza humana e deve
permear o equilíbrio do homem.
Espiritualizar-se ou ir em direção ao Self, essência pura, nada
mais é do que encontrar a si mesmo, libertando-se das
resistências que te afastam de ser cada vez mais si mesmo.
Vamos unir a espiritualidade com a psicologia, assim como fez
Jung e como fazem todos os atuais cientistas da física quântica
ou os antigos alquimistas e sábios.
A união é mais favorável que a divisão. Vamos dialogar.
A psicologia que abarca espiritualidade e ciência independente
do meio por onde esteja sendo manifestada deveria ser mais
aceita.
Crenças e preconceitos geram divisões que distanciam também
aqueles que sofrem por vivências mediúnicas, de tratamentos
sistemáticos analíticos.
Muitas vezes as religiões não ajudam
estas pessoas que estão em sofrimento devido a fenômenos
espirituais.
A psicologia analítica deveria já estar mais aberta
para ajudar estas pessoas, o acolhimento terapêutico sem
preconceito ainda deve evoluir muito.
Sejamos abertos ao dialogo.
Paz.